sexta-feira, novembro 11, 2005

AS IDÉIAS DO AZARÃO DE 2006

O senador Jefferson Peres (PDT-AM) é o mais novo presidenciável da praça. Lançou sua pré-candidatura na semana passada. Ouvido pelo blog, revelou o seu slogan de campanha: “Política econômica conservadora, para uma política social transformadora”. Planeja fixar diferenças em relação a Lula: “Ética na gestão pública e tolerância zero com a corrupção”. Promete fazer uma “revolução educacional” no país. Eis a entrevista:

- Porque resolveu ser candidato?

Jefferson Peres: Penso que o PDT deve ter candidato. Parte do eleitorado está decepcionada com o PT e não tem saudades do PSDB. Esta à procura de uma alternativa. Pode muito bem ser um nome do PDT.

- O PDT está longe de ter maioria no Congresso. Como governaria se eleito?

Peres: O clima está envenenado entre PT e PSDB. Se o eleito for um tucano ou o Lula, vai enfrentar uma guerra no Congresso. Terá de fazer concessões ao fisiologismo. Eu sou originário do tucanato e com boas relações com a fatia limpa do PT, apesar de fazer oposição ao Lula. Se eleito, eu isolaria os que barganham votos por favores, cerca de 200 parlamentares. Não quero o apoio deles. E conversaria institucionalmente com os partidos grandes. Me dou bem com todos. Se necessário, faria alianças sem fisiologismo. Todos me respeitam. Sabem que não faço concessões éticas e morais. - - O que faria de diferente na economia?

Peres: Meu slogan seria: política econômica conservadora, para uma política social transformadora. Garantiria a estabilidade e reduziria sistematicamente os juros. Sem populismo monetário. Perseguiria o déficit nominal zero. Isso garantiria um crescimento anual em torno de 5%.

- Tudo isso soa a Palocci, não?

Peres: Palocci foi obrigado a ser ultraconservador por conta da perspectiva ruim que o PT gerou antes da eleição. Eu não assumiria o governo com essa expectativa. Comigo os mercados estariam bastante calmos. Eu poderia fazer uma política menos conservadora do que a do Palocci.

- O que é política social transformadora?

Peres: Passa por uma revolução educacional, da pré-escola à pós-graduação. A omissão nessa área foi o maior erro do Lula. Isso é básico. Ninguém pense que esse país irá mudar se não houver igualdade de oportunidades na educação. Hoje, não há igualdade entre o meu neto e o neto de uma família de flagelados.

- Que marcos diferenciariam o seu governo do de Lula?

Peres: Primeiro, a ética na gestão pública e a tolerância zero com a corrupção. Depois, a revolução educacional.

- Porque o PDT preferiria o seu nome ao do senador Cristovam Buarque?

Peres: Sou mais antigo. Estou há seis anos no partido. Ele só tem dois meses. E o candidato do PDT tem que ter discurso de oposição. O Cristovam serviu a esse governo como ministro e votou com ele no Senado.

- O senhor conversou com Cristovam sobre seus planos presidenciais?

Peres: Não. Antes de entrar no partido ele me procurou. Perguntou a minha opinião. Eu disse: te recebo com alegria. Perguntei: você entra no PDT para disputar a presidência da República. E ele: ‘Não entro com essa pretensão. Acabei de deixar o PT. Pareceria oportunismo.
Josias de Souza

Um comentário:

Anônimo disse...

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