domingo, janeiro 20, 2008

A selva engole outro ministro!

A que atribuir o longo período de silêncio observado por um campeão da loquacidade, perguntaram-se nos últimos meses os curiosos incontroláveis. Um dia depois de assumir o Ministério do Futuro, Roberto Mangabeira Unger - o único filho da Bahia que sabe falar português com o sotaque de quem nasceu no Mississipi, cresceu em Illinois e acabou de chegar ao Brasil - decidiu espantar o país com uma radical abstinência retórica. Como explicar o mistério? Sobretudo, onde andaria e o que estaria fazendo o Grande Mudo?

Escondido no Retiro dos Ex-Professores de Harvard, ainda convalescendo das escoriações impostas pela duríssima luta para garantir o empregão? Enclausurado num convento da Ordem das Carmelitas Descalças, tentando decifrar o significado do que Lula chama de "ações de longo prazo"? Nada disso, soube-se na terça-feira, quando Mangabeira Unger ressurgiu na Amazônia, à frente da tropa formada por 35 soldados da pátria.

Mais falante que nunca, grávido de idéias como sempre, contou que havia emudecido por meses para pensar na Amazônia. Valera a pena, sugeriu o sorriso que precedeu a caprichada abertura da discurseira - uma frase dividida em dois decassílabos, atados pela rima paupérrima. "Numa região sobra água inutilmente", declamou Mangabeira. "Em outra falta água calamitosamente".

O segundo verso revelou que a reflexão sobre a Amazônia, inspiradora do primeiro, acabara induzindo o incansável pensador a meditar também sobre o Nordeste. Como eliminar tão injusta distribuição das águas fluviais? Simples, ensinou: basta construir um grande aqueduto que transportaria para regiões castigadas pela seca bilhões de litros extraídos do colosso aquático amazonense. Uma espécie de transamazônica fluvial.

Ñão seria mais sensato cuidar primeiro das tantas cidades desprovidas de redes de distribuição de água e sistemas de saneamento básico?, perguntou uma prefeita paraense. Concentrado em ações de longo prazo, Mangabeira não tem tempo de examinar urgências urgentíssimas. Com a cabeça estacionada em 2020, apresentou mais duas idéias singularmente inventivas. Uma envolve o campo do ensino. Outra, a Receita Federal.

Para Mangabeira, em breve só haverá salvação para índios que saibam falar com fluência ao menos dois idiomas. Talvez ignore que, além da língua dos ancestrais, os nativos da selva falam português com mais clareza que Mangabeira. Talvez ignore que, nas aldeias das fronteiras, conversas em espanhol ecoam nas mais modestas malocas. Talvez ache indispensável povoar a Amazônia com professores de inglês. Talvez não saiba o que diz.

Também é necessário criar um imposto destinado a alvejar quem ganha dinheiro com a exploração das incontáveis jazidas semi-ocultas pela mata, comunicou o ministro. E, naturalmente, entregar ao governo o dinheiro sem o qual não será possível levar a região a bom porto. As duas propostas, embora igualmente amalucadas, foram engolidas pelo silêncio coletivo das testemunhas da espetacular reaparição. A platéia perdera a voz depois da história do aqueduto. Por elas falariam os brasileiros que ainda não perderam de vez o juízo.

Alguns sugeriram que se incluísse no PAC, ao lado do aqueduto, a transposição das neves do Rio Grande do Sul para o tórrido Piauí. Outros preferiram presentear Minas Gerais, tão carente de praias, com um bom pedaço da orla cearense. Sem disposição para ironias, o imenso bloco dos indignados reivindicou a imediata devolução de Mangabeira ao campus de Boston, além do enterro sem honras do ministério de araque.

Excelente idéia. O governo federal, que ainda chora o sumiço da dinheirama da CPMF, gastaria na área da saúde o que desperdiça na fantasia forjada para abrigar um maluco de carteirinha apadrinhado pelo vice José Alencar. A Amazônia ficaria livre de um pensador de alta periculosidade. E a sucuri que atuou como figurante na comédia estrelada por Jobim das Selvas escaparia de ser deportada, com as águas do rio que freqüenta, para uma represa no sertão nordestino.
Augusto Nunes

sexta-feira, janeiro 11, 2008

¿Podemos estar “ante un supremo montaje”?

¿Podemos estar “ante un supremo montaje”?
Aleidy Coll - Noticiero Digital

Viernes, 11 de enero de 2008

“No sé ustedes, amables lectores, pero la imagen de las ¿secuestradas? Doña Consuelo y Clara, no son los rostros y cuerpos de personas que han permanecido sufriendo seis años en cautiverio, en manos de las FARC que han asesinado a tantísimos colombianos”.

Clara Rojas, con moñera y perfecto corte de pelo se despidió hasta con un fuerte beso y apretón de aquellos guerrilleros ¿que la tuvieron como rehén a lo largo de seis calamitosos años? La vimos en mejor estado físico que cuando las FARC dieron la primera y segunda fe de vida.

La ex senadora Consuelo González de Perdomo también con un excelente corte de pelo y hasta arregladita con secador. Bien vestida y de excelente semblante. Maquillada de forma moderada y, en ningún momento dio muestras de preocupación por los seis años alejados de la familia.

De veras, en peor estado estaban los familiares de estas ¿rehenes?, a pesar de que se encuentran hospedadas en el hotel Meliá Caracas. Por ejemplo la madre de Clara Rojas y su hermano Iván le partían el alma al mundo, ¡cuántas lágrimas, cuántos sacrificios!.

También la hija y demás familiares de doña Consuelo, solo se les vio alegría cuando se enteraron por los medios audiovisuales que ya estaban en manos de la Cruz Roja.

Haciendo memoria y revisando los archivos fotográficos de la salida de William Niehous de su cautiverio, mucho más corto por cierto, no entendemos qué tipo de guerrilleros tenían a estas dos orondas damas. El pobre Niehous sin lentes y con un pelo blanco y largo, sin decir de la poblada barba.

Para los más jóvenes les recordamos a Richard Boulton, el esposo de la ex Miss Venezuela, Marena Bencomo. También el joven empresario venezolano estuvo en manos de los irregulares menos tiempo que estas dos damas y salió cual guerrillero barbado y peludo. Flaco y con un semblante que denotaban el hambre, la miseria a que fue sometido por sus captores.

Vamos más acá, ¿se acuerdan del cautiverio de Sergio Omar Calderón, el querido “Cura” Calderon?…bueno salió hablando de todos los Santos, de Dios, de la Virgen y con un rostro que denotaban la mala vida que llevó en un cortísimo tiempo.

Volviendo a las ¿secuestradas? Sentí como si ambas tenían en la espesa selva no solo a un buen peluquero, sino también a un modisto que les permitió cambiar de trajes en varias oportunidades.

Siendo honesta y, al estilo colombiano, siento que estamos ante un supremo montaje de alguien que usó a estas dos damas. Siento que estaban en manos de alguien desde hace algunos meses para robustecerlas (para cambiar la imagen de matones e irregulares de las FARC). Tal vez algunas de las fincas de “los oligarcas bolivarianos” sirvió de reclusión para el parapeteo de estas señoras que, repetimos, distan mucho de aparentar haber estado en manos de las FARC, asesinos de tantos buenos y honestos colombianos.

Que me perdonen, pero de que no tienen aspecto de haber estado secuestradas ¡no lo tienen!. Recuerden los apretones y los besos a la hora de despedirse de sus captores. El tiempo dirá la verdad.

¡Fue un cautiverio 5 estrellas!

http://www.analitica.com/mujeranalitica/lasmujeresopinan/9192295.asp

terça-feira, janeiro 08, 2008

MST 2008

http://www.paznocampo.org.br/

Em pleno Natal, grito de guerra do MST


Uma antiga tradição, observada até nos campos de batalha, nos mostra que no Natal cessa toda beligerância, e os corações se voltam para a Gruta de Belém, na qual nasceu o nosso Salvador, em atitude de oração e ação de graças. As mensagens desse dia são, pois, de paz e esperança.

Contudo, outra é a mentalidade que preside ao MST, aliás coerente com sua doutrina e com os atos ilícitos que ele pratica, acobertado por setores do governo e pela CPT, órgão da CNBB. Basta ver a mensagem que por ocasião do Natal ele dirigiu a seus cúmplices, prometendo para 2008, ao campo e ao agronegócio, não a paz ansiada por todos, mas guerra sem trégua nem quartel!

Curiosamente, a redação original parece ter sido feita por alguém de origem espanhola – quiçá um cubano, ou algum agente das FARCs –, haja vista a utilização do verbo seguir em lugar de continuar.

Os destaques em negrito e os sublinhados são nossos, bem como os comentários entre parêntesis e em itálico.

* * *

Mensagem de Natal do MST aos seus militantes

Para o ano que se inicia fica a certeza da continuidade da luta e de que colheremos os frutos das sementes plantadas
21/12/2007

Estimado amigo e amiga do MST,

O ano de 2007 vai chegando ao fim e por isso gostaríamos de socializar com você um balanço político da nossa luta. Queremos prestar contas do que fizemos na nossa trincheira, que é a luta pela Reforma Agrária. Queremos compartilhar com nossos companheiros e companheiras, que militam em outras trincheiras, o que fizemos nesse período, e ao mesmo tempo, reafirmar nosso compromisso na luta pela transformação desta sociedade.

(veja o que diz o MST em seu Documento Básico do MST - aprovado pelo VI Encontro Nacional: 'As ocupações e outras formas massivas de luta pela terra, vão educando as massas para a necessidade da tomada do poder e da implantação de um novo sistema econômico: o socialismo!')

Acreditamos que o ano de 2007 foi importante para a organização da nossa militância, na luta pela Reforma Agrária e também pelas lutas gerais que travamos em alianças com diversos outros movimentos do campo e da cidade. O ano também foi importante para que pudéssemos amadurecer nosso entendimento de que não é possível fazer Reforma Agrária se não derrotarmos o agronegócio. A realização de nosso 5° Congresso Nacional, com mais de 17 mil delegados de todo país, foi fundamental para construirmos a unidade na análise da realidade agrária e na construção de uma nova proposta de Reforma Agrária Popular.

Nos últimos anos houve uma ofensiva das transnacionais sobre a agricultura para controlar terra, sementes, água, solo, enfim, nosso território e nossos recursos naturais. Essa ofensiva ainda é fruto do avanço do neoliberalismo que se instalou no país no início da década de 1990. A correlação de forças mudou. Nossos inimigos ficaram mais fortes. Antes nós estávamos acostumados a brigar contra o latifúndio. Agora nossos inimigos são os latifúndios improdutivos, as empresas transnacionais que querem dominar a agricultura e o agronegócio. Essa avaliação nos levou a compreender que a Reforma Agrária só irá avançar se derrotarmos o neoliberalismo.

(Perfeitamente de acordo com o que diz D.Tomás Balduíno, um dos grandes apoiadores do MST : Pedimos para Deus ajudar o Lula a acabar com as maldições dos transgênicos, do latifúndio, do agronegócio e do trabalho escravo”. Cfr Folha de São Paulo, “Stédile elogia presidente e provoca Palocci 22 de novembro de 2003)

Nossas Lutas

Começamos o ano com uma grande mobilização que marcou o 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Em vários estados mulheres trabalhadoras rurais se organizaram em luta por Soberania Alimentar e Contra o Agronegócio. Em São Paulo, as mulheres da Via Campesina ocuparam a Usina Cevasa, agora controlada pela estadunidense Cargill, e em outros estados foram ocupadas áreas da Aracruz Celulose, da Stora Enso e da Boise.

Em abril, realizamos uma grande Jornada de Luta pela Reforma Agrária. Foram feitas marchas, ocupações de latifúndios improdutivos, protestos em prédios públicos, fechamento de praças de pedágios e de estradas em 24 estados, onde estamos organizados. A jornada também cobrou punição aos assassinos dos 19 Sem Terra executados em abril de 1996, em Eldorado dos Carajás (PA). E seguimos em mobilização no mês de maio, quando nos reunimos aos movimentos populares urbanos e centrais sindicais para realizar a jornada unificada do dia 23. 'Nenhum Direito a Menos', contra as reformas neoliberais, a retirada de direitos dos trabalhadores e a política econômica do governo Lula.

No segundo semestre também realizamos atos e ocupações no Dia do Trabalhador Rural, celebrado no dia 25 de julho, quando ocupamos a fazenda Boa Vista, em Alagoas, de propriedade da família Calheiros. Fizemos a Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública (realizada em agosto), junto com os estudantes para cobrar acesso às universidades, e participamos da Campanha 'A VALE é Nossa', que teve como ponto alto a realização do plebiscito popular, em setembro. Foram 3.729.538 de brasileiros que participaram, dos quais 94,5% votaram que a VALE não deveria continuar nas mãos do capital privado.

Ocupações e marchas seguiram pelos meses de setembro e outubro, em quase todos os estados, para denunciar o abandono em que se encontra a agricultura familiar e a Reforma Agrária. No Rio Grande do Sul, três colunas de trabalhadores e trabalhadoras marcharam por 62 dias rumo ao grande latifúndio – Fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul, para cobrar a desapropriação da área para a Reforma Agrária. E fechamos o ano com as ocupações das sedes da empresa suíça Syngenta Seeds, em vários estados, e com a ocupação da Estrada de Ferro Carajás, da VALE, no estado do Pará.



Não podemos nos calar ao lembrarmos com saudade os companheiros e companheiras que pagaram com a própria vida o direito de lutar. É o caso de Valmir Mota de Oliveira (Keno), executado a sangue frio no dia 21 de outubro, por uma milícia armada contratada pela transnacional Syngenta, em Santa Teresa do Oeste, no Paraná. Perdemos também outros companheiros e companheiras como Maria Salete Ribeiro Moreno (MA), Cirilo de Oliveira Neto (RN), Dênis Santana de Souza (PE), para citar alguns.

(Uma longa lista de crimes, confessados publicamente e apresentados como atos virtuosos que demonstram uma absoluta falta de senso moral ou de justiça. Mostram também que os movimentos ditos sociais são movimentos políticos, que querem a luta de classes e a implantação de um regime socialista em nosso País. Progride e aumenta a união tática desses movimentos que vão minando as instituições nacionais. Pior: vão aproximando os movimentos políticos cada dia mais do que previa Lênin –“ A palavra de ordem da repartição da terra, difusa na massa, serve a nós comunistas para tornar mais próximo o comunismo: quando a vitória da revolução se completar, substituiremos aquela palavra de ordem por outra da ditadura comunista”)

Prioridade na Educação

Em 2007 seguimos investindo em educação e formação. Nossa Campanha Nacional de Solidariedade às Bibliotecas do MST arrecadou mais de 220 mil exemplares de livros! Estamos orgulhosos pelo apoio recebido de muitos parceiros, intelectuais e amigos, que se dispuseram não só a doar os livros, mas também a divulgar nossas idéias. Também temos orgulho dos nossos 2.500 jovens camponeses que estão fazendo graduação em universidades e dos nossos 240 jovens que foram estudar medicina na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), em Cuba. Também nos orgulhamos do crescimento da Escola Nacional Florestan Fernandes, como um patrimônio, não só para a formação do MST, mas como local de formação de toda a classe trabalhadora.

(Vejamos o que a Revista Época publicou sobre a educação no MST: Há 20 anos eles eram crianças colocadas pelos pais na linha de frente das invasões, para constranger a polícia e suas baionetas. Hoje eles são o comando de ocupações, marchas e saques pelo Brasil afora. A nova geração do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a primeira nascida nos acampamentos e formada nas escolas da organização, chegou ao poder.”

Eis o que pregam alguns desses alunos:

? “Quando boa parte do povo estiver pronta para pegar na enxada, a gente faz uma revolução socialista no Brasil”.

? “Meus pais só queriam um pedaço de terra. Agora queremos mudar a sociedade, mesmo que não seja pela via institucional”.

? “A gente precisa ir para a luta, acampar e viver o desconforto para destruir o capitalista que vive dentro de nós.”

? “Quando 169 milhões de pessoas no País quiserem o socialismo, não vai ter jeito. Nem que seja pela força”.

? “Queremos a socialização dos meios de produção. Vamos adaptar as experiências cubana e soviética ao Brasil”.

Eles querem a revolução! E pela educação vão formar revolucionários para incendiar o campo.e as cidades.”


O ano foi de lutas e se encerra com nosso apoio ao ato do Frei Dom Luiz Cappio, que durante 24 dias permaneceu em greve de fome contra o projeto de transposição do rio São Francisco. Precisamos fortalecer a trincheira da luta contra a transformação de nossos recursos naturais e de nossos bens mais valiosos, como a água, em mercadoria. Apesar da intransigência do governo em abrir o diálogo, concordamos com frei Cappio quando ele diz que 'uma de nossas grandes alegrias neste período foi ter visto o povo se levantando e reacendendo em seu coração a consciência da força da união'.

Sabemos que o próximo ano não será fácil, assim como 2007 não foi. Sabemos que a disputa entre os dois projetos de agricultura vai se acirrar ainda mais. Porque no modelo do agronegócio e das transnacionais não há lugar para os camponeses nem para o povo brasileiro. Eles querem uma agricultura sem agricultores! Por isso seguimos nossa luta contra o agronegócio, pela ampliação da desapropriação de terras para a Reforma Agrária, contra as sementes transgênicas, contra o domínio do capital estrangeiro sobre a agroenergia, contra a expansão da cana e do eucalipto. Lutaremos para impedir o avanço da propriedade estrangeira, que vem dominando nosso território. Em todas essas lutas esperamos encontrar você que sempre nos apoiou.

Um ótimo ano de 2008 para todos (as) nós com muita luta e muitas vitórias! Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular!

Secretaria Nacional do MST

Em 2008 Seguiremos Lutando e Fazendo Nascer o Impossível !

O que diria nosso Presidente Lula a respeito de tudo isso? Ele já o disse: 'não pensem que eu não acordo de madrugada pensando numa reforma agrária radical..." (cfr. O Estado de São Paulo, 'Apelo por unidade e ameaça de expulsão' 30 de abril de 2003).