Na véspera de Natal, pistoleiros mataram o líder indígena Dorvalino Rocha. No início do ano passado, sua comunidade de índios guaranis-caiovás tinha ganhado o direito de reocupar suas terras. Quando foi assassinado, Rocha e sua comunidade ainda estavam acampados à beira da uma estrada.
A morte dele elevou para 38 o número de índios mortos em 2005. Segundo o grupo Survival International, os povos indígenas do Brasil enfrentam sua pior crise numa década e o presidente Lula, que esta semana esteve em Londres em visita oficial à rainha e a Tony Blair, não cumpriu suas promessas eleitorais de protegê-los.
Há três anos, quando o ex-metalúrgico chegou ao palácio presidencial, parecia impossível que a situação dos povos indígenas brasileiros piorasse. Marina Silva, ex-seringueira e ecologista respeitada, foi nomeada ministra do Meio Ambiente. E trouxe para seu ministério dezenas de ativistas, determinada a parar com a destruição da extraordinária biodiversidade do Brasil. Marina afastou funcionários corruptos e criou reservas naturais. Mas falhou na sua principal meta - convencer o governo Lula a coibir o implacável movimento na direção norte da fronteira agrícola.
Quando, em maio de 2003, viajei com Blairo Maggi (governador de Mato Grosso), o maior produtor de soja do mundo, percorrendo campos de soja e milho numa área que não faz muito tempo era de floresta, ele pareceu preocupado com o futuro e repetidas vezes falou mal de Lula. Mas não precisava ter se preocupado, pois hoje os produtores de soja - e os bilhões de dólares que ganham com exportações - são intocáveis. Quase 90% das milhões de toneladas de soja que a gigantesca companhia americana Cargill compra em Santarém vêm de terras onde as árvores foram derrubadas e queimadas ilegalmente.
Quem mais sofreu com a destruição da floresta foram os índios, e a demarcação das reservas caminha a passo de tartaruga. Despojados de terras, seus filhos estão morrendo de fome e os adolescentes estão matando a si mesmos. Foram registrados 242 suicídios nos últimos 5 anos. Mais de uma dezena de pessoas, incluindo um ex-governador de Estado, foram presas, acusadas de genocídio de um grupo de índios ainda não contactado.
Há seis anos, o líder indígena Marcos Veron falou de forma comovente em Londres. "Tirem a minha terra e vocês tiram a minha vida." Três anos mais tarde, exatamente quando Lula chegava ao poder, Veron foi assassinado. Será que Lula dedicará um pensamento a ele?
*Sue Brandford escreve para o The Guardian
2 comentários:
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