“Credo! O mundo está perdido!”
Tia Nastácia, personagem de Monteiro Lobato.
O ano termina com o governo federal promovendo um “novo” e requentado espetáculo de promessas – como não poderia deixar de ser – capitaneado pelo próprio presidente Lula. Foi declarada aberta a derradeira temporada onírica, dessa vez utilizando o programa de rádio, “desjejum com o presidente”, transmitido pela Radiobrás, para disseminar entre a calcinada população que em 2006 o crescimento econômico do País será espetaculoso.
Na verdade, Sua Excelência foi categórico na sua transmissão em cadeia nacional por ondas médias e freqüência modulada: "Não prometo, eu garanto ao povo brasileiro que vamos ter um Brasil se desenvolvendo muito mais em 2006".
Numa demonstração ímpar de sinergia, o ministro da Fazenda, Antônio Palloci, anunciou sem “piscar” que a previsão de aumento do Produto Interno Bruto – PIB – para o próximo ano é de 5%.
Nem mesmo a velhinha de Taubaté, de saudosa memória, consideraria crível a projeção feita pelo ministro. O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), vinculado ao ministério do Planejamento, por exemplo, prevê 3,4%. O relatório "expectativa do mercado" do Banco Central trabalha com uma estimativa de crescimento do PIB de 3,5%. Portanto, a futurologia palaciana, sem trocadilho, deve ter sido traçada com base na pirotecnia de efeitos especiais na qual a propaganda da gestão Lula foi sempre pautada.
O crescimento vigoroso e sólido prometido em tantas ocasiões pelo atual presidente da República se transformou no simulacro maior desse governo. A ortodoxia da equipe da Fazenda, traduzida na política de juros fixada pelo Bacen, foi letal para a recuperação do desenvolvimento econômico. Fechamos o calendário de 2005 com uma meta de crescimento no patamar de 2,48%.
Na providencial e rarefeita memória dos atuais dirigentes da nação, é mister relembrar que, num jantar com senadores petistas, em dezembro de 2004, o presidente Lula vaticinava que a escalada da alta dos juros iniciada três meses antes havia finalmente chegado ao fim. Àquela época, a taxa determinada pelo Banco Central havia sido elevada de 16% para 17,75% ao ano. O script distribuído pelo Palácio do Planalto não condizia com o da autoridade máxima em matéria de política monetária. A instituição comandada pelo senhor Henrique Meirelles, alheia aos clamores do setor produtivo e até mesmo de setores governamentais, deu seqüência à alta dos juros até maio, quando registramos a estratosférica taxa de 19,75%. O declínio tão esperado só teve início em setembro último. O combalido ano de 2005 terminará ostentando o patamar indigesto de juros de 18%.
Em nenhuma direção os mirabolantes prognósticos se confirmaram. O governo foi incapaz de controlar os seus próprios gastos financeiros, sendo compelido inclusive a elevar o superávit primário para conter o descontrole de sua dívida. A risível execução orçamentária, prova cabal da inépcia gerencial que assola a Esplanada dos Ministérios, obrigou a um festival de “gastança” no apagar das luzes do ano, feito sem qualquer critério e rasgando todos os preceitos de uma saudável administração submetida a um planejamento estratégico.
As reinações do governo Lula, ao contrário da obra de Monteiro Lobato “Reinações de Narizinho”, cuja narrativa é concentrada no Reino das Águas Claras, se passam em ambiente turvo. Após a utilização dessa “metáfora lobatiana” só nos resta brindar o ano que se aproxima com o bordão: e viva o faz de conta!
Alvaro Dias - senador
2 comentários:
FELIZ ANO NOVO!!!
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