segunda-feira, maio 08, 2006

APOLOGIA AO ROUBO

Há uma singularidade nas forças de esquerda do Brasil: na tradição do vetusto PCB foram tão profundamente adestradas na arte de obedecer que jamais conseguiram fazer um projeto genuinamente nacional de poder, que prescindisse de comandos vindos do exterior. A sombra de Moscou dos velhos tempos paira sobre todos os nossos militantes de esquerda. À falta de um centro imperial nítido a emitir seus decretos contentam-se com miudezas do porte de Hugo Chávez e Fidel Castro a comandar os seus passos.

Vemos o Brasil – ou as suas forças de esquerda – do tamanho de uma baleia ser comandado por cabeças de sardinhas nanicas.

O episódio boliviano, que estarreceu os brasileiros sérios, teria que ser visto como uma grande comédia, um peso-pena desafiando um Mike Tyson, se não revelasse a violenta realidade que se colocou à Nação brasileira: suas propriedades, seus recursos, seu governo, tudo foi subordinado a tiranetes ridículos.

Ridículo é o PT e Lula-lá, que conseguiram jogar a representação do nosso povo no nível mais vil. O PT e as diversas siglas sucessoras do Pardidão, é bom que se diga, não perderam o sestro servil, mas chegaram, de fato, ao poder. Fosse eu Lula e assumindo a persona do governante esquerdista típico, de um Hugo
Chávez, nessa hora estaria com planos de integrar a América do Sul, subordinando todos os vizinhos ao Planalto. Stalin fez isso, assim como Moo Tse Tung. Essa de deixar Chávez governar o Brasil é um disparate digno de piadas de mau gosto.

Um amigo me escreveu dizendo que há nisso uma grande armação para financiar o Foro de São Paulo, que o sobrepreço esperado do gás seria destinado a suprir os recursos perdidos com a explosão do propinoduto de Marcos Valério. Vindo dos portadores de dólares na cueca, esses jecas que viraram os novos ricos da política, tudo é possível. A cabeça descompensada pela mentira e pela inflação de ego provocada pela chegada ao poder pode gerar qualquer maluquice. Mas não creio nisso. O que o governo boliviano fez foi expropriar ativos fixos que só geram receita se consumidores finais brasileiros comprarem. Ora, uma elevação artificial dos preços do produto seria um formidável bumerangue econômico – os consumidores simplesmente sumiriam – e político, na medida em que estamos em um ano eleitoral e a baixeza subserviente do Itamaraty, mais a elevação de preços, tudo somado retiraria votos para a reeleição de Lula.

Mas o sestro esquerdista é mesmo roubar, legalmente ou não. Nada é impossível

Hoje li a entrevista da “douta” Marilena Chauí, a silenciosa, dada ao jornal Valor Econômico. Como sempre, a apologia do roubo e a justificação do malfeito em larga escala pelos camaradas petistas. Podemos acusá-la de qualquer coisa, menos de falta de coerência. Quando ela afirmou que “A justiça consiste em tornar iguais os desiguais” ela colocou numa frase toda a falsificação filosófica, política e econômica dos apologistas da esquerda. Justiça, por definição, é dar a cada um o que é seu. Ao se aceitar a definição da “douta” Chauí justifica-se o roubo em todas as instâncias, seja pela via tributária, seja pela violência direta do MST, seja nos roubos das esquinas (delinqüentes apenas colocam em prática esse falso princípio de justiça na ação pessoal direta, passando de algoz a vítima em um lance semântico ardiloso). E justifica também – porque não lembrar? – a expropriação do patrimônio nacional por parte do governo “oprimido” e “pobre” da Bolívia.

Essa gentalha intelectual que forma a nossa juventude com essa falação imoral, torta, falsificada e insensata é que elegeu Lula-Lá e criou essa situação tragicômica dada pela imagem da enorme baleia conduzida pelo focinho por sua minúscula presa, a sardinha. É a inversão de tudo, a tresvaloração de todos os valores.

Não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe. Os brasileiros haverão de levantar galhardamente a cabeça novamente, expulsando esses rufiões amadores do comando do País.
Nivaldo Cordeiro

Um comentário:

Anônimo disse...

Artigo ilustrativo dos dias atuais. E esclarecedor de como se montam farsas com suporte intelectual (se é que pode-se chamar assim os mentores). Talvez meros serviçais bajuladores seja o termo mais adequado. Porém, cumpre-se destacar que o povo nunca baixou a crista para esses piolhos e sanguessugas. A peçonha espalhada, é mais responsabilidade de lenientes bem situados, em termos de renda e condições intelectuais, acima da maioria da população. Portanto, não é ao cidadão simples a quem devem ser destinadas responsabilidades totais pelas aleivosias. Mas sim ao cinismo dos daqueles, que, em algum momento, poderiam tomar as providências para estancar o avanço daquilo que assistimos hoje.