Os fatos recentes envolvendo o principal ministro do governo, Antonio Palocci, assombraram e indignaram a opinião pública.
As acusações contra o ministro da Fazenda, que causaram a sua exoneração, foram inicialmente descartadas pelo presidente Lula, com achincalhe aos parlamentares da Comissão de Inquérito e a todos os brasileiros: ''Trata-se de um período mais caloroso no debate político e o ministro Palocci deve manter a cabeça fria''.
Não sabemos a temperatura da cabeça do ministro quando determinou, conforme noticiado na imprensa, ao presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, seu subordinado, que violasse o sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos.
Era uma tentativa dolosa de amedrontar o caseiro, por ter testemunhado a presença do ministro da Fazenda, várias vezes, na casa de negociatas montada em Brasília pelos seus ex-auxiliares, na prefeitura de Ribeirão Preto.
O ministro Palocci mentiu para a CPI e para a nação brasileira ao afirmar que nunca tinha ido à casa das maracutaias. Foi desmentido, desmoralizado por ''um simples caseiro'' na expressão preconceituosa do presidente Lula.
A leviandade e a certeza da impunidade atingiram tal ponto, que o presidente da Caixa Econômica chegou à desfaçatez de nomear uma comissão de sindicância para apurar o responsável por um ato criminoso que ele mesmo tinha praticado.
As duas CPIs, dos Bingos e dos Correios, têm provas suficientes para enquadrar o presidente da República nos crimes de responsabilidade, previstos no artigo 85 da Constituição e na Lei nº 1.079 de 10 de abril de 1950.
Apenas o relatório da CPI dos Correios comprova o prejuízo aos cofres públicos, fruto da roubalheira, da malversação e da improbidade administrativa, de bilhões de reais.
O senador Antonio Carlos Magalhães acusou: ''A grande verdade é que este governo é um governo de ladrões. No PT tem homens de bem? Tem. Mas o PT tem ladrões, e capitaneados pelo presidente da República, que diz que não sabe de nada, mas é o responsável por tudo''.
É incompreensível que até hoje os deputados não tenham iniciado o processo de impeachment do presidente.
Desde que o publicitário Duda Mendonça declarou ter recebido numa conta bancária no exterior vários milhões de dólares, em pagamento da campanha eleitoral do PT, tornou nula a eleição dos candidatos financiados por estes recursos.
Qual é a origem das vultosas quantias gastas nas eleições? Origem criminosa? Lavagem de dinheiro? Pagamento antecipado de vantagens futuras? Procedência externa com objetivo de intervir na política e no governo brasileiro?
São indagações que não podem ser justificadas pela prática delinqüente, embora tradicional no Brasil, de doações feitas pelo caixa dois de empresas que não querem ser identificadas, com medo de que os candidatos que apóiam percam as eleições, despertando a má vontade dos vitoriosos.
Como não houve a argüição de nulidade junto à Justiça Eleitoral no prazo hábil, perdeu-se a oportunidade.
O país conheceu nestes últimos meses o caso mais grave de corrupção já descoberto na História do Brasil. Corrupção sistêmica. Organizada e comandada por integrantes do núcleo central do poder, com gabinetes no Palácio do Planalto e na esplanada dos ministérios. Era inimaginável que isso pudesse acontecer. Muito menos no governo do PT, falso defensor da ética e da moralidade.
O presidente Lula já perdeu a capacidade de governar. Só falta ser destituído.
Se os deputados e senadores não o processarem por crime de responsabilidade, e continuarem a se omitir, estarão solapando os fundamentos da democracia brasileira, e comprometendo a representação parlamentar.
O processo de impedimento do presidente Collor começou com as declarações de um motorista. No governo Lula já temos o depoimento de um motorista, de um caseiro, e muito mais.
Marcelo Medeiros - JB
Um comentário:
Best regards from NY! »
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