sábado, abril 29, 2006

CAMINHANDO RUMO AO ATRASO

Hugo Chávez voltou dia 26 deste ao Brasil. Portanto, com pequeno intervalo entre o encontro promovido pelo governador Roberto Requião em Curitiba (PR).

Naquela ocasião, no Teatro Guaíra, o presidente da Venezuela foi entusiasticamente aplaudido por uma platéia composta pelo MST, pela Via Campesina e por outros grupos de esquerda.

Chávez fez campanha para o companheiro Lula e pregou a unificação do MST a outros movimentos similares existentes em países sul-americanos, num evidente incitamento a desordem e a violência no Brasil.

Seu plano deve naturalmente incluir as Farc, (grupo colombiano narcoguerrilheiro) e o equivalente e sanguinário Sendero Luminoso, a ser ressuscitado no Peru se for eleito presidente Ollanta Humala, outro neocaudilho populista dito de esquerda que tem a campanha presidencial financiada pelo coronel Chávez.

Tal unificação de grupos armados reforçaria ainda mais o poder do pretenso herdeiro de Simón Bolívar, pois ele estaria à frente de um exército sul-americano de guerrilheiros que, na verdade, já o têm como único e incontestável comandante.

No dia 26 a reunião foi feita apenas entre Chávez, Luiz Inácio e Nestor Kirchner.

O tema tratado e acertado anteriormente entre os presidentes venezuelano e Argentino foi a construção de um supergasoduto que saindo da Venezuela atravessaria o Brasil de ponta a ponta, cortando o país desde o Amazonas (rio e florestas) até o sul para chegar à Argentina.

O ambicioso projeto pretende incluir a Bolívia (detentora da segunda maior reserva de gás da América do Sul, atrás apenas da Venezuela) cujo presidente, Evo Morales, ainda é contra a idéia.

É bom lembrar que Morales está nos dando um prejuízo de U$ 1.500 bi com a nacionalização da Petrobrás e expropriando os investimentos já realizados pela EBX na Bolívia.

No caso do Gasoduto Venezuela-Cone Sul caberá ao Brasil bancar a maior parte do financiamento da obra, sem que se tenha dito com clareza em quê os brasileiros serão beneficiados.

Os adeptos do empreendimento faraônico pensam que ele significa a força da liderança de Luiz Inácio na América do Sul, mas, ao contrário, estamos diante do enfraquecimento do presidente brasileiro na medida em que este vai sempre a reboque de Chávez e Kirchner.

Em artigo publicado no O Estado de S. Paulo (27/04/2006), Rolf Kuntz aponta o fracasso da diplomacia do governo do presidente Luiz Inácio, mostrando que este não tem mais influência sobre o Mercosul (“se é que teve alguma”) onde a figura de Chávez já é a mais poderosa mesmo antes da integração da Venezuela ao bloco.

Além disso, Kirchner tem imposto ao Brasil acordos comerciais aceitos passivamente por nossa diplomacia e prefere Hugo Chávez, que compra os títulos públicos de seu país, a uma bela amizade com o companheiro brasileiro.

Tudo isso significa que Comunidade Sul-americana das Nações, iniciativa do Brasil alardeada com pompas e honras, não passou de um sonho de verão tropical.

Para piorar, como nossos aliados neocaudilhos, não aceitaremos acordos globais que nos abram boas perspectivas comerciais com os Estados Unidos e a União Européia.

Melhor pertencer ao Estado Bolivariano de Chávez do que aceitar o “excremento do diabo” que vem daqueles “porcos capitalistas”.

Enquanto gritamos em coro antiamericanista junto com Hugo Chávez, Fidel Castro, Evo Morales, Nestor kirchner e Ollanta Humala, nossos sonhados parceiros, China, Rússia e Índia cuidam de seus próprios interesses e negociam com os Estados Unidos sem clamar contra a globalização ou o liberalismo.

Estes países não levam em conta a ideologia de um certo marxismo embalsamado e, assim, vão prosperando nos negócios.

Enquanto isso, nós nos fechamos num tribalismo esquerdista obtuso.

Somos fiéis seguidores do comandante Chávez e rumamos alegremente para o atraso.

Tudo indica que fomos contaminados pelos ideais das revoluções megalomaníacas dos caudilhos ambiciosos, que na América Latina sempre condenaram seus povos ao fracasso e a miséria.

Para terminar me valho das palavras do cientista político, Jorge Castañeda, sobre os atuais líderes populistas latino-americanos que tanto amamos.

Nestor Kirchner é “um peronista reacionário, mais interessado em arrancar dinheiro dos credores e do FMI do que promover políticas sociais”.

Hugo Chávez “não é Fidel Castro; é Perón com petróleo, está conduzindo a Venezuela ao colapso”.

Evo Morales “não é um Ché indígena, mas um populista esperto e irresponsável que promete muito e entrega pouco”.

Quanto a nós, creio que num eventual segundo mandato do populista Luiz Inácio saberemos de vez o que é herança maldita, aquela deixada pelo governo do PT cuja incompetência e corrupção manterá o Brasil como um país grande sem jamais chegar a ser um grande país.

Maria Lucia Victor Barbosa
mlucia@sercomtel.com.br

2 comentários:

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