quinta-feira, agosto 06, 2009

A terrível verdade sobre Walter Cronkite!

No Midia@Mais
por Cliff Kincaid em 25 de julho de 2009 Opinião - EUA e Geopolítica

Cronkite: a serviço da agenda esquerdista internacional

É errado falar mal dos mortos. Por outro lado, é um insulto à inteligência do povo americano fingir que Walter Cronkite era a “voz de Deus” e “universalmente acreditável”, tal como o definiu Mara Liasson no programa Fox News Sunday. A terrível verdade é que Walter Cronkite simbolizou a tendenciosidade da mídia liberal [i.e., esquerdista, nos EUA, num sentido praticamente oposto àquele que o termo tem no Brasil ou na Europa quando designa posição política] e usou esse viés tendencioso com consequências desastrosas para a nossa nação e para o mundo. Sua última causa era o governo mundial e a destruição da soberania americana.

Nós descobrimos que depois de sua aposentadoria, Cronkite não era apenas um liberal, coisa evidente em suas transmissões pela televisão, mas sim um adepto de uma ordem mundial única. Em aparições diante da World Federalist Association, entidade que é a favor de um governo mundial financiado por impostos globais, ele pedia que os Estados Unidos renunciassem a “uma parte de sua soberania” e aprovassem uma série de tratados da ONU – muitos dos quais estão agora em tramitação no Senado, por iniciativa do Presidente Barack Obama. Cronkite clamava por um “Liberty Bell internacional”. [1]

Ele exigia que o Senado americano ratificasse: o Tratado Contra as Minas Terrestres, a Lei do Tratado dos Mares, o Tratado do Banimento de Testes Nucleares, a Convenção para Eliminar Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, e a Convenção sobre os Direitos da Criança. O mais importante, dizia ele, seria assinarmos e ratificarmos o Tratado para uma Corte Criminal Internacional Permanente, a qual violaria os direitos constitucionais americanos ao permitir que juízes estrangeiros processassem cidadãos americanos e os mandassem para prisões no exterior. Cronkite estava determinado a usar a ONU e seus tratados para inibir a habilidade dos Estados Unidos nas ações em defesa de seus interesses de segurança nacional.

Uma das aparições de Cronkite, quando ele aceitou um prêmio de “Governança Global”, está disponível em vídeo, num evento onde se destacam a mulher do então Secretário Geral da ONU, Kofi Annan e a então primeira-dama americana Hillary Clinton. O mesmo prêmio de “Governança Global” havia também sido conferido ao ex-colunista da revista Time, Strobe Talbott, que posteriormente foi um dos principais membros do Departamento de Estado na administração Clinton e subsequentemente chamado de “um contato especial” do serviço de inteligência russo, nas palavras de um espião russo. Talbott atualmente dirige o think tank de esquerda Brookings Institution.

Em 1988, sete anos após a sua aposentadoria, quando deixou de ser o âncora do CBS Evening News, Cronkite discursou numa conferência da organização de esquerda People for the American Way e denunciou o Presidente Reagan pelas ações militares “unilaterais” em Granada, quando os Estados Unidos expulsaram uma gangue comunista, e na Líbia, quando Reagan ordenou um ataque militar em retaliação a atos terroristas contra americanos.[2] Cronkite criticava as políticas de paz-através-da-força de Reagan, e dizia que o presidente mais sagaz que ele havia conhecido era Jimmy Carter.

Anos mais tarde, Cronkite denunciou a invasão ao Iraque e atacou a administração Bush por sua “arrogância”.

Seu papel na derrota na Guerra do Vietnã está sendo retratado como se fosse um ponto alto de sua carreira. No entanto, a sua reportagem equivocada ajudou a criar as condições para uma prematura retirada militar americana, que tornou em vão a perda de 58.000 vidas americanas, sem esquecer os milhões de mortos pelos comunistas no Vietnã e Camboja após a retirada. O veredicto público de Cronkite sobre a Ofensiva do Tet em 1968, classificando-a de “derrota” para os Estados Unidos é vista largamente como o ponto de virada do apoio popular americano à guerra. Cronkite afirmou, falsamente, que os vietcongs tiveram o controle da embaixada americana em Saigon por seis horas e que a ofensiva “continuou por dois meses”. Os fatos mostram que a Ofensiva do Tet foi, na verdade, uma enorme derrota para o inimigo comunista.

Reed Irvine, fundador do Accuracy in Media e há longo tempo editor do AIM Report, ressaltou que Cronkite “em muito contribuiu para a nossa derrota no Vietnã”.

Além do Vietnã, Cronkite entendeu tudo errado em mais uma grande questão: liberdade versus comunismo soviético. Em seu livro de 1974, TV and National Defense, o Dr. Ernest Lefever examinou como, durante dois anos, os programas da CBS News tinham feito a cobertura de assuntos de segurança nacional e concluiu que a CBS News foi “uma defensora ativa de diversas posições que frequentemente eram críticas à política dos Estados Unidos, e normalmente de uma perspectiva que implicava ou demandava um compromisso militar menor e gastos de defesa menores”.

Em 1972, por exemplo, o CBS Evening News levou ao ar 1.400 segmentos em apoio à visão de acomodação pacifista. Posições contrárias, ou de confronto, foram ao ar apenas 79 vezes.

Perguntado sobre essas críticas, Cronkite demonstrou o viés que guiou o seu programa de notícias, dizendo: “Em Washington sempre há grupos externando visões alarmistas sobre as condições de nossa defesa. Nós não levamos ao ar essas histórias. A história é que há aqueles que querem cortes nos gastos de defesa”. O “homem mais confiável da América” não merecia a nossa confiança.

Em 1979, ele concedeu uma entrevista à revista soviética Literary Gazette, e contou ao jornalista Vitaly Kobysh que a “ameaça soviética” era “muito provavelmente... um mito”. De acordo com a revista, Cronkite prosseguiu, dizendo: “Eu nunca vou acreditar na ‘ameaça soviética’ ”.

Pouco depois da publicação da entrevista, os soviéticos invadiram o Afeganistão. Cronkite se aposentou como âncora do CBS Evening News em 1981.

Cronkite disse ao fundador e editor do AIM, Reed Irvine, que Kobysh o havia citado erroneamente, e que tinha uma fita gravada da entrevista para provar isso. A fita nunca se materializou. Durante uma conferência internacional de mídia, Irvine acabou se encontrando com Kobysh e o jornalista soviético disse que a entrevista fora inteiramente correta.

Depois que Ronald Reagan assumiu a presidência e começou a reforçar a capacidade de defesa dos Estados Unidos, na esteira dos anos desastrosos de Jimmy Carter na presidência, a CBS News agiu para frear o esforço de Reagan. Eles levaram ao ar um programa em cinco partes, "The Defense of the United States”, no qual Cronkite aparecia para nos dizer que a relação com a União Soviética estava dominada pelos “mesmos e velhos temores e dúvidas” porque não tínhamos um diálogo genuíno com os comunistas soviéticos.

Na época em que esse programa foi ao ar, Irvine observou que a CBS nos passava “a visão do Kremlin, isto é, de que não é a União Soviética, mas sim os Estados Unidos que estão buscando uma superioridade militar impossível, enquanto criam fantasias a respeito da agressão soviética”.

Todavia, Irvine observou que Reagan “não foi intimidado” pelo ataque da CBS News, mas que seu ímpeto e autoridade para reconstruir a defesa dos Estados Unidos, que vinha desde sua eleição, foram um tanto quanto “enfraquecidos” pela constante repetição de que ele estaria gastando demais com a segurança nacional. Os cúmplices de Cronkite nessa cruzada incluíam Dan Rather, seu sucessor, e Bill Moyers, então na CBS e atualmente na TV pública.

Por muitos anos Irvine chamou a atenção para o “persistente viés anti-defesa da CBS News”, e informava: “É preciso perguntar por que o viés anti-defesa é tão forte e persistente na CBS. Minha percepção é de que é um reflexo dos pontos de vista enunciados por Walter Cronkite, os quais mostram um quadro benigno da União Soviética”.

Em 1989, ao expressar a esperança de que os arquivos soviéticos fossem um dia abertos para demonstrar como o Kremlin manipulou jornalistas americanos, tais como Walter Duranty, do New York Times, que havia mentido e ajudado Stalin a encobrir seus crimes monstruosos que resultaram na morte de 7 a 10 milhões de ucranianos, Irvine acrescentou: “Seria fascinante ver o que eles dizem a respeito de Walter Cronkite, que passou dois anos em Moscou depois da II Guerra Mundial como correspondente da UPI e que foi notavelmente contido em suas críticas a aquele país desde então”.

Isto pode soar rude, mas o fato é que Cronkite esteve consistentemente errado a respeito das intenções soviéticas, e sua atitude dominou a cobertura que a CBS News fez da velha União Soviética.

Depois do colapso soviético, Irvine escreveu o 1990 AIM Report sobre aquelas personalidades que tinham adotado “uma posição benigna ou adulatória diante do comunismo e da União Soviética desde o coup d'etat bolchevique em 1917”. Cronkite estava na lista dos “conciliatórios”, que também incluía "Hanoi Jane" Fonda.

Está certo reconhecer Cronkite por sua longa vida e pelos muitos anos como âncora do CBS Evening News. Ele figurou como a imagem de momentos importantes e alcançou milhões de telespectadores. Mas não finja que ele foi um jornalista objetivo.

O jornalismo de Cronkite custou vidas e poderia ter custado muitas mais, não fosse por um presidente chamado Reagan, que teve a coragem de ignorar a grande mídia e se dirigir diretamente ao povo americano com a verdade sobre as nossa defesas enfraquecidas, numa época em que os Estados Unidos estavam cada vez mais vulneráveis.

Num tributo a Cronkite, Chris Wallace, apresentador do Fox News Sunday, disse “O país teve muita sorte em tê-lo naquele assento”, como âncora. Não. Os Estados Unidos tiveram de sorte de escapar de sua influência perniciosa. Agora temos de tentar escapar do destino de um governo mundial, que Cronkite transformou em sua maior causa mais tarde em sua vida, causa que foi adotada pelo presidente Barack Obama e pelo Papa
Tradução: Henrique Dmyterko

Publicado originalmente no www.aim.org em 20/07/2009

Traduzido e publicado no Mídia@Mais com a autorização expressa do autor.

Cliff Kincaid é editor do AIM Report e pode ser contatado pelo email: cliff.kincaid@aim.org Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

[1] NT: O Liberty Bell, [sino da liberdade] é um dos símbolos da luta pela independência americana.

[2] NT: O autor refere-se ao atentado de Lockerbie, Escócia, em 1988, onde morreram 243 passageiros e 16 tripulantes do vôo 103 da PanAm, em decorrência da explosão de uma bomba a bordo. Morreram também 11 moradores de Lockerbie.

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