por Nelson Motta
É incrível, mas o nosso Senado ainda considera a possibilidade de aceitar a Venezuela no Mercosul. Porque a Venezuela não é Chávez, é uma grande compradora do Brasil, traz divisas e empregos, diz o governo, tentando parecer pragmático, mas movido pelo esquerdismo terceiromundista que (des)orienta nossa política externa e tantas vergonhas e derrotas nos tem custado, as últimas em Honduras. Argumentam que Chávez passa e a Venezuela fica, mas do jeito que as coisas vão quem está passando é a Venezuela, Chavez ficará hasta la vitória final, gritando pátria o muerte sobre montanhas de cadáveres de inimigos da revolução bolivariana.
Mas o homem não ajuda. Sem que ninguém lhe perguntasse, defendeu ardorosamente a libertação do terrorista venezuelano Carlos Ramirez, o Chacal, que cumpre prisão perpétua na França por diversos atentados e assassinatos, como um heróico militante da causa palestina. Depois dessa, só faltava elogiar o Idi Amin.
Pois não falta mais nada. Chávez disse que o monstro carniceiro de Uganda era um nacionalista lutando por seu povo contra o imperialismo, vítima de conspiração da mídia internacional, dominada pelo capitalismo. Claro, o grande guru de Chávez é o feiticeiro Fidel Castro, que em 50 anos fez de Cuba a prova irrefutável do fracasso do seu modelo. O sonho de Chávez é fazer da Venezuela uma grande Cuba. E depois, toda a América Latina. Fidel deve pensar “ah, se eu tivesse o petróleo desse bobalhão teria dominado o mundo…”
Com Chávez no Mercosul, além das bravatas habituais, teremos como bônus um representante de Fidel participando das decisões do bloco. Tudo pelo comércio? Alguém acredita que nossas exportações vão ser afetadas se a Venezuela não entrar no Mercosul? Eles não produzem nada além de petróleo e compram tudo barato do Brasil. Se Chávez se ofender e bravatear um boicote, o tiro será no pé, nos quatro. Vão comprar comida de quem? Do Evo, do Correa ou do Ortega? Por que ele não para de vender petróleo para os Estados Unidos?
É este sócio que Brasília quer no Mercosul? Ou quem sabe os nossos socialistas prefiram o Brasil na ALBA?
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