por Nelson Motta aqui
Eu confesso: não consigo viver sem o Gran Circo Latinoamericano, sem seus palhaços e dinossauros, sem seus domadores de multidões com seus trajes típicos, sem suas bravatas retumbantes. É diversão garantida. Leio diariamente jornais de Caracas, La Paz e Buenos Aires, e não perco as “Reflexões do companheiro Fidel” no “Granma”. No picadeiro digital, o velho apresentador do circo, em vez do “respeitável público”, saúda os “compañeros revolucionários”. E passa o microfone ao seu sucessor Hugo Chávez.
Aos colegas da Unasul e ao mundo, Chávez denuncia com provas cabais um plano de dominação do Império sobre a América Latina a partir da Colômbia, como se fossem documentos secretos do Pentágono capturados pelos serviços de inteligência bolivarianos. Era só um velho estudo acadêmico, publicado na internet. Um sketch de comédia à altura de um “Zorra Total”, só que menos sofisticado.
Logo depois, Evo “Zacarias” Morales denuncia que os americanos oferecem ajuda para o combate ao narcotráfico com o único objetivo de desmoralizar as Forças Armadas da região, que não teriam competência para combatê-lo sozinhas. E, por desprezarem as nossas forças guerreiras, são desafiados, de punhos cerrados: “Que vengan los gringos!”
O público grita “Pátria o muerte”! Que filme de Cantinflas ou Chapolin, que comédia dos Trapalhões pode ser mais cômica? Pena que, pelas bravatas e trapalhadas do Gran Circo Lationamericano, sempre morra muita gente inocente.
Agora, com a entrada em cena do quase inverossímil “Mel” Zelaya e seu chapelão, o Gran Circo vive um grande momento, palhaços gritam bravatas, domadores de multidões bradam seus slogans e palavras de ordem, malabaristas da lógica e trapezistas da democracia as usam para tentar destruir a democracia e a lógica.
No picadeiro central, a luta do século: O Perfeito Idiota Latinoamericano enfrenta o Politicamente Correto Norteamericano. É um telecatch com tudo combinado e ensaiado, e no final, os adversários descobrem que são irmãos e se abraçam. E juram lutar juntos contra o capitalismo, pelo povo. A multidão delira, o circo pega fogo.
Um comentário:
Grande Nelson Mota. Excelente texto!
E´um circo mesmo. Dá nojo!
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